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Praticamente nasci em berço
pentecostal, desde os quatro anos de idade ouço falar sobre batismo com o
Espírito Santo, línguas estranhas e coisas do gênero. Certa vez, ainda quando
criança, em um culto numa dessas igrejas, questionei minha mãe sobre a
veracidade das adorações, que, a meu ver eram um tanto quanto extravagantes e
tudo o que recebi foi uma bela de uma repreensão dizendo que eu estava
duvidando de Deus e que eu não ousasse mais dizer aquilo. Mas a verdade é que a
criança cresce e com ela a dúvida, agora, a repreensão não é mais capaz de
calar a boca nem de aprisionar os pensamentos e dúvidas do menino curioso e
ansioso em descobrir Jesus.
Cresci amando ao Senhor, mas
confesso não o conhecia por completo. Hoje me sinto mais ou menos como Jó: “eu
te conhecia só de ouvir falar”. Foi na bíblia e nas incansáveis orações e nas
provações que conheci, de verdade, o que vinha a ser o cristianismo e sua
essência: o próprio Jesus Cristo. Desde então as dúvidas que vinham em minha
mente passaram a ter explicação e uma delas foi em relação ao Espírito Santo de
Deus. Esses questionamentos me
instigavam a ir ao encontro de respostas fundamentadas e concretas, três destas
encontrei em um único versículo: Romanos 8:9. A primeira coisa que aprendo aqui
é que o Espírito Santo se opõe à carne e às suas obras (Gl 5:19-21), portanto a
premissa para que alguém ande/esteja no Espírito ou possa busca-lo, é não estar
na carne. Segundo, aprendo que o Espírito de Deus habita em nós e isso é um
tanto quanto confortante, pois em meio às lutas e angustias que todo o caos
mundano nos traz só poderíamos permanecer em direção ao alvo se nos
refugiássemos em alguém superior. Nós, os que conhecemos a Cristo, não
aguentaríamos sozinhos. Por último, encontro talvez a mais importantes das três
observações que essa passagem me traz: “E, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele”.
À primeira ótica parece algo um
tanto quanto óbvio, mas essa afirmação do apóstolo Paulo sustenta o que eu já
pensava há muito tempo e, inclusive comentei com um pastor pentecostal, sobre o
batismo com o Espírito Santo. Defendo que alguém é batizado, isto é, recebe o
Espírito Santo, no mesmo momento em que aceita a Cristo como salvador de sua
vida. Nesse momento sublime a trindade de Deus, e não só uma parte dela, começa
a agir na vida do novo ser. Não é possível nascer de novo e não receber o
Espírito Santo imediatamente: “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse
tal não é dele” Como poderia alguém estar em Cristo e não ter o Espírito Santo?
Ser batizado com o Espírito Santo é recebê-lo em sua vida, é estar capacitado
para desempenhar o trabalho do Senhor, e não “falar em línguas”, o que, na
minha visão, é um dom como qualquer outro, e até menos importante do que
alguns, conforme Paulo nos diz em sua primeira epístola aos coríntios no
versículo 14. Diante disso, talvez, ainda haja dúvidas como: “Se recebemos o
Espírito Santo quando aceitamos a Cristo, por que os apóstolos tiveram de
esperar o dia de pentecostes?” Simples! Quando os apóstolos creram em Jesus
ainda estavam sob a velha aliança, que veio a findar-se apenas com a morte e
ressureição de Jesus Cristo, e na velha aliança o Espírito de Deus ainda não
estava livre para operar na vida de todos os homens, portanto, os apóstolos
tiveram de esperar o início desta aliança que vivemos para receber o Espírito
Santo. Ou, “por que em Atos vemos apóstolos orando para que alguns cristão
recebam o Espírito Santo? ” A referida oração é feita em busca dos dons
espirituais, tanto é que Simão, um ex-mágico tenta comprar esses dons.
Assim, quando Paulo escreve aos
Romanos essa questão se esclarece e permanece na ignorância quem quer: “E, se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.
É importante ressaltar que crendo
dessa forma ou não, de nada adianta suas convicções se você não ama a Deus
sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo. Deus nos abençoe!
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